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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dor na coluna

Tenho dor nas costas. Por que não melhoro?

A queixa de dor nas costas é um dos sintomas mais comuns no consultório do ortopedista e é uma das principais causas de falta ao trabalho no Brasil. Existem diversas causas para estas dores. A mais comum é a dor de origem mecânica por alterações dos discos intervertebrais, os quais são como verdadeiros amortecedores e se encontram entre os diversos corpos vertebrais da coluna.
Com o passar dos anos, esses discos doentes favorecem à formação dos famosos “bicos de papagaio”, que nada mais são do que uma reação do organismo para proteger-se dos fatores agressivos causadores de dor. Uma vez que haja o “desgaste” desses discos, não há como reverter o processo, ou seja, não há uma cura definitiva. O desgaste desses discos acontece naturalmente com o avançar da idade, mas pode acelerar-se por várias razões, principalmente a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo. Muitos pacientes procuram o médico pensando que não estão recebendo tratamento adequado, pois a dor não desaparece ou retorna depois de um tempo.

 O que acontece muitas vezes, é que tratam-se de pacientes com desgaste dos discos intervertebrais, obesos, fumantes e sedentários. Acreditam que existe um comprimido “mágico” que vai acabar com o problema. É claro que o medicamento tem um papel importante, porém as mudanças no estilo de vida têm o maior impacto na melhora da dor a longo prazo. É fundamental a conscientização do doente de que atividade física orientada, alongamentos, parada do fumo e perda de peso são condições indispensáveis para o controle da doença.

 Felizmente, são poucos os casos que tem indicação de tratamento cirúrgico. Esse último fica reservado aos casos mais graves ou com compressão grave dos nervos da coluna. Em síntese, todos devemos fazer uma auto-análise para saber porque não conseguimos melhorar da dor nas costas. Será que temos feito todo o possível para viver bem com a coluna que temos? Essa pergunta pode ser a chave para a melhora da nossa qualidade de vida.

Tumores ósseos

Os tumores do sistema músculo-esqueléticos são doenças raras e de difícil tratamento. Por tumor devemos entender qualquer massa que ocupe espaço em um órgão ou estrutura onde não deveria existir. Aí estão incluídas as doenças benignas e as malignas (câncer). Como são doenças raras, raros também são os médicos especialistas na área, já que existem pouquíssimos centros de treinamento com experiência  no diagnóstico e tratamento destas patologias no Brasil e no mundo. No meu caso, fui acompanhar o serviço de Oncologia Ortopédica do maior centro da área na Europa, quiçá no mundo, o Instituto Ortopédico Rizzoli de Bolonha / Itália, chefiado pelo Professor Mario Mercuri. Não menos importante foi meu estágio na Santa Casa de Porto Alegre com o caríssimo doutor Alexandre Davi, pois ali adquiri experiência aprendendo novas técnicas e levando em conta as limitações da saúde no nosso país.
O fato que mais me preocupa, desde que iniciei minha prática clínica, é o número de pacientes que são submetidos a procedimentos cirúrgicos por profissionais não especializados nesta área, o que na maior parte das vezes leva a resultados trágicos para o paciente e sua famíla. Vejo cirurgias feitas de forma desnecessária, cirurgias mal feitas ou cirurgias que demoraram para ser realizadas. O objetivo aqui não é apenas criticar aos colegas que se arriscam nesses tratamentos baseados no "achômetro", mas alertar ao público leigo no assunto, quanto ao risco a que se expõem.
O tratamento dessas lesões é complexo, exige experiência no assunto e uma ampla gama de conhecimentos que extrapolam ao dia-a-dia do ortopedista geral.
Não permita que profissionais sem especialização em Oncologia Ortopédica tratem de você ou de seu familiar. Se seu carro apresenta um problema mecânico, você não procura um eletricista automotivo. Os dois trabalham em carros, mas têm especializações muito diferentes. Da mesma forma, não pense que todos os médicos são iguais e detentores de todo o conhecimento em todas as áreas. Alguns pacientes até comentam - "Médico é médico, né, sabe o que está fazendo". Isso é uma presunção perigosa! É por isso que gastamos muito tempo e esforço para fazermos uma boa especialização e darmos a você o melhor tratamento, com a maior chance de cura.